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1) Foi criada pelo dr. Sena Carneiro que a apresentou e defendeu a páginas 1916 da revista Enciclopédia Damista (Junho de 1978) (a);
2) A então dita lei dos 20 lances foi assim formulada pelo seu autor: Logo que no tabuleiro surja qualquer posição com o máximo de 4 (quatro) peças de cada lado, sendo pelo menos uma dessas 4 peças (de cada lado) dama, aplica-se a lei dos 20 lances. (b);
3) A lei dos 20 lances passou (em 1978) a ser a terceira regra limitadora de lances, isto é, aplicar-se-ia a todos os finais que não a forçada (3 damas e posse do rio x dama) a ser resolvido em 12 lances, e o saque de peão ou simplesmente saque [2D+P(02) ´ D+P(09)], a ser resolvido em 32 lances;
4) Em 1980 a Federação Portuguesa de Damas (fundada em 18.05 desse ano) viria a homologar a lei dos 20 lances que passou a constituir a 26ª regra do jogo com a seguinte redacção: Quando um jogador possuir um máximo de quatro peças, sendo pelo menos uma dessas peças dama, permitem-se 20 lances a cada um dos jogadores para se decidir do resultado do jogo. A contagem, que será efectuada para ambas as cores, terá início ao primeiro lance que ocorra após surgir a situação referida. Sempre que seja efectuado lance de peão, por qualquer dos jogadores, ou seja capturada alguma dama, a contagem reiniciar-se-á no lance seguinte.;
5) A formulação atrás vigorou até finais do ano de 2000. Em 2001 as Regras Oficiais do Jogo de Damas Clássicas foram revistas (Assembleia Geral Extraordinária da F.P.D., de 21.01.2001) e a regra dos 20 lances passou integrar a alínea a) do 23º artigo e desde então tem a seguinte redacção (da autoria de Ruaz Ramos) Quando, por qualquer dos adversários, forem efectuados 20 lances de dama(s) sem que qualquer das cores tenha efectuado movimento de peão, captura ou entrega de peça, considera-se o jogo empatado. Sempre que um dos tipos de lance mencionado for concretizado, a contagem reiniciar-se-á no lance seguinte. A referida contagem deverá ser efectuada por qualquer dos adversários assim que surja posição passível de aplicação desta regra (b) (c);
6) No C.Tomar, de 06.04.2001 historiei a regra (lei) dos vinte lances e levantei a questão de ela não abarcar o final de Vaz Vieira [2D + 2P (04, 24) ´ D + 2P (08, 31)]. Este final nasceu em 1995, tendo Vaz Vieira demonstrado (na Enciclopédia Damista, Abril de 1995) que as brancas ganham tecnicamente, mas não cuidou de apurar se na linha mais longa aquela regra poderia ser observada (d);
7) Em 2005, Vaz Vieira resolve atacar a questão e faculta-me para publicação no Cidade de Tomar umas notas que serviram de base ao texto saído na edição de 10.06.2005 (em simultâneo no blogue Damas, como podem ver no endereço http://damas.blogs.sapo.pt/arquivo/66213
I) [...] E nele pode verificar-se que, partindo de certas posições do seu final, não é possível, cumprindo a lei dos 20 lances, obter o ganho para a cor em vantagem. Estava satisfeita a minha dúvida ou melhor a dúvida por mim veiculada, há 4 anos atrás.
II) O dr. Vaz Vieira não tira consequências desta sua comprovação, a saber: Deverá a lei dos vinte lances ser modificada ou deverá admitir-se posições (e não serão poucas!) em que, por força duma convencional limitação, a cor em vantagem não possa ganhar o jogo?
E a concluir: Mas agora que se fica a saber que muitas posições do final de Vaz Vieira não são resolúveis em 20 lances espera-se uma posição oficial..
Notas adicionais:
(a) É muito útil ler-se o texto do dr. Sena Carneiro, que representa a certidão de nascimento duma importantíssima regra.
(b) O espírito desta lei (regra) corresponde à velha regra dos 50 lances adoptada no xadrez a qual dispõe, mais ou menos isto: Se no decurso de 50 lances uma das cores não efectuar um movimento de peão o adversário tem o direito de reclamar o empate.
Em geral nunca é invocada porquanto os opositores reconhecem o carácter inerte da posição e um, ou outro, propõe o empate, que obviamente é aceite.
Nos últimos anos devido às análises a finais realizadas por meios computacionais a regra dos 50 lances foi substancialmente alargada, pois foi demonstrado que certos finais considerados impossíveis de ganhar, afinal podem não o ser!
(c) Aquele artigo (da limitação dos lances) passou também, e apenas, a contemplar [na alínea b)] a forçada. Consequente e logicamente a nova formulação da regra dos 20 lances englobou o saque.
(d) Recordo o que então escrevi: [...] partindo-se da pior posição para as brancas e contra a melhor defesa, talvez, repito talvez, não seja cabível [ganhável tecnicamente] dentro dos 20 lances regulamentados. Ainda que remotamente, o condutor das brancas poderia ser prejudicado pela lei...
Seria conveniente que o próprio autor e, ou, a F.P.D., aclarassem esta questão. Tratando-se dum jogo racional (descontando o facto circunstancial da emoção poder interferir...) é importante que este ponto sombrio, esta dúvida, não subsista. E a subsistir pode acarretar graves problemas. A equipa directiva da F.P.D. andará avisada e agirá bem se os resolver... por antecipação!.
(A Federação Portuguesa de Damas nunca tomou posição sobre esta problemática).
Jorge Gomes Fernandes
Solução do pare, pense e jogue (156)
A solução, a procura da vitória, não será difícil para quem esteja desperto para certas subtilezas artísticas (o problemismo é util!). Veja-se: 22-26, 19-14 (A); 26-29, 14-11 (B) (C) (D); 30-27 e 29x06 bloqueio simples e activo (E), GB.
(A) 19-15; 26-29 etc GB como na linha-tronco.
(B) 14-10; 30-27 e 29x05 GB.
(C) 31-28; 30-17 e 29-25 etc GB.
(D) 32-28; 30-17, 28-24; 29-19, 14-11; 19-14 etc GB.
(E) Quem teria sido o inventor deste bloqueio tão simples como belo? O primeiro trabalho que conheço que o apresenta é de Rafael Pedrosa Almeida. Mas sendo do ano de 1962, afigura-se-me provável que tenha antecendente(s). Alguém saberá (ou quererá) informar-me? Desde já, obrigado.
Mas as pretas escolhem um lance, na aparência, mais prometedor: 25-21; 02-05 (ainda que as pretas vejam a judia, ela até pode parecer uma quase safa para as brancas...), 09x02; 04-08, 02x15; 12x26, 20-15; 26-29
As pretas estão (diabolicamente) perdidas!
15-11 (A) (B); 07-12, 16x07; 14-19!, 23x05; 29-12!, 17x10; 12x03x17x30x20x02x09 GB.
(A) Admitindo que as pretas suspeitam do veneno que possa haver na maçã, desculpem, no peão na #07, e optam por 16-12, segue-se: 07x16, 15-11; 29-15, 11-07; 14-19!, 23x05; 16-20, 17x10; 15-12!, 20x15; 12x03x17x30x02x09 GB.
(B) Já agora admita-se que as pretas jogam 15-12 (o Jorge não o considerou, mas é um seguimento também lógico para um adversário de olhão!), então 08x15, 23-20; 15-19, 27-22 (que remédio!); 19x26, 20-15; 26-30!, 15-11; 14-19 (não há golpe... há que continuar a luta), 11x04; 19-23 etc GB, nas calmas!
Ludoxer
Solução do pare, pense e jogue (155)
As brancas só podem aspirar ao empate, mas ele não deve ser procurado sofregamente. Para o conseguir a dama branca terá de se refugiar no rio. Mas é notório que as brancas não devem de imediato mergulhar nele com 12-19 por 25-29 GP. Em alternativa também não serve 12-16 (ameaçando 16-23) por 25-18!; 03x12, 18-27, bloqueio simples e activo, etc GP. Trata-se duma original ideia de Orlando Augusto Lopes, que publicou em 1950, sob o pseudónimo de Ovo de Colombo, um problema com este desfecho [03, (06) x (17), 21].
Posto isto, vamos ver como se safam as brancas: 12-15 (A), 07-04; 15-02/24, 04-08/14; 04-07 para 02/24-05/28 ocupando o rio E, ou 25-14; 04-07, matando uma dama adversa, E.
(A) Se 12-08/29; 07-04; 08/29-19, 30-26; 19x29, 04-08 etc GP.
Há cerca de 10 anos, Jorge Gomes Fernandes, publicou no semanário Cidade de Tomar um artigo em que defendia ser o autor das diabólicas, nome por eram conhecidos, em Moscavide, segundo o próprio, dois golpes por si concebidos.
As diabólicas são pois dois golpes muito engenhosos a culminar uma dada linha de jogo. Quem possa aperceber-se (!?!) do primeiro, não tem como escapar do segundo, daí o demoníaco da situação.
Relativamente à 1ª diabólica constava em Moscavide que ela pertencia a um certo jogador da terra, mas alguém teria espalhado a notícia de que já existia no Cecina (designação vulgar dum tratado clássico, que aborda várias partidas, e que teve muitas edições). Jorge G. Fernandes desconhecia-o, mas também não nos diz se é que isso lhe era possível se comprovou a informação.
No que toca à 2ª diabólica o Jorge G. Fernandes crê firmemente ser sua pois a considera não acessível à visão do alegado pater (o tal jogador moscavidense). E acrescentou, ... até o Artur (referia-se a um dos melhores jogadores almadenses de sempre) me agradeceu, pois julgava que se empatava ....
Vamos ver então as célebres (?) diabólicas e anotar umas ligeiras elucidações aos momentos críticos da linha, que o Jorge não quis fazer... Ele apenas desejou mostrar as suas (!) diabólicas.
10-14, 22-18; 05-10, 23-20; 12-15, 27-22; 07-12, 20-16; 03-07, 28-23; 15-19, 22x15; 12x28, 32x23; 01-05, 23-20 (isto continua a jogar-se... aqui as pretas também costumam responder 26-22, ainda que não impeçam 14-19); 14-19, 26-22; 19x26, 29x22; 08-12, 31-27; 10-14, 27-23; 05-10, 30-27 (tudo bem jogado e conhecido dos feras); 09-13 (gambito! Isto já implica um profundo conhecimento desta linha), 18x09; 10-13, 21-17; 06-10
As pretas têm um peão a mais (que as brancas ofereceram), mas estão prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />
Ludoxer
Solução do pare, pense e jogue (154)
No recente I Torneio Internacional Cidade de Lisboa sucedeu este final na 6ª sessão (última, 19.10.2008), na partida entre o argelino Mohamed Kaou e Vítor Oliveira (vencedor da competição). O jovem norte-africano soube equilibrar, deste modo: ..., 15-11; 18-22, 11-06; 22-27, 06-02; 27-31, 13-10!; 31-24!, 10-05; 08-12, 23-19; 16-20, 19-14 (para impedir 20-23); 24-31, 02x24; 31-18 e o Vítor teve de aceitar o empate.
De notar que todos os lances foram feitos a grande velocidade.
Sabemos que o Vítor tem um raciocínio rápido, mas no argelino pareceu-nos ser uma característica própria... ou força do hábito!
Escrevam as vossas opiniões nos comentários ou enviem por e_mail para lusodama@sapo.pt .
Em alguns destes artigos poderá encontrar, mais abaixo, a solução dos desafios colocados, no entanto, é preferível espreitá-la após tentarem resolvê-los.
Enviado em Fevereiro de 2008.
Solução: 26-29 e 13-06.
Nota de Lusodama:
Como os damistas portugueses não fazem críticas nem comentários, esta semana colocamos um comentário que um brasileiro colocou no espaço http://www.youtube.com/lusodama.
Mohamed Kaou x Vítor Oliveira
Solução do pare, pense e jogue (153)
Os peões pretos são muito ameaçadores pelo que o empate parece ser o desfecho lógico. Mas em damas abundam os recursos tácticos cuja principal virtude é troçar da lógica!
Solução: 22-26, 14-11; 03-17, 11-07; 26-29, 16-12 (A); 17-03!, 07-04; 03x16, 04-14; 16-07 e 29-25, bloqueio simples e activo, GB.
(A) 07-04/03; 29-25/15-20 etc GB.
Por Ludoxer prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
1)10-14, 22-18; 2)12-15, 23-20; 3)05-10, 27-22; 4)14-19, 21-17; 5)10-14, 25-21; 6)01-05, 20-16; 7)05-10, 30-27; 8)19-23, 28x12; 9)08x15, 29-25
Jogam as Brancas e Ganham
Solução da Curta-Metragem 52
7)
, 20x11; 8)07x23, 27x20; 9)16x23, 31-28; 10)23x32, 22-19; 11)32x21, 26x01 e as Negras ganham.
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